Vivemos dentro de uma bolha ou somos os "bolhas". Ambas opções são corretas, certamente. Primeiro foi o silicone que estourou. Quando você vê escrito “Made in France” em algum produto pensa logo que é coisa fina. Pois a fábrica desta bagaceira parecia um barracão de qualquer periferia brasileira. Um velho colunista social chamado Ibrahim Sued e pai de tudo isso que depois virou pura futilidade diria: “Sorry periferia”. Vamos em frente.
O silicone é uma metáfora quase perfeita destes tempos vividos. É artificial, de aparência gelatinosa e preenche algum vazio interior, literalmente falando ou não. Pois ele estourou nos peitos que se pretendiam melhores e frustrou as frustrações que já eram grandes. O que estava durinho, caiu. E não foi pela lei da gravidade.
Prédios caem. Cada um tem o 11 de setembro que merece. E este fomos nós que produzimos. O Brasil sempre gera notícia pelo que deixou de fazer.
As águas de março sempre caem em janeiro. E assim os barrancos derretem. E os barracos se vão. E as pessoas choram. Lágrimas também caem.
Que o sol nasça e venha um outro dia! Nossa esperança deve nos preceder. Esta é a boa notícia que trago. 2012, meu chapa, estamos aí para o que der e vier.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Nostálgico futuro
Calça Larga também é poesia. E hoje eu sinto falta de vocês todos, meus amigos. Grande abraço. Muitas saudades.
Existem dias cinzas
E as cinzas de um dia qualquer
Como se os amigos tivessem ido
E os filhos já fossem grandes
Existem dias que desejo apenas
Um colo de mãe
Ou um abraço de pai
Dias em que a cólera do oceano
E a fúria de um céu cor de chumbo
Me levam para dentro de casa
Ou para dentro de mim mesmo
Existem dias que eu sinto saudade
De um tempo que ainda não veio
E antecipo as lágrimas
Desse dia que vai chegar
Existem dias cinzas
E as cinzas de um dia qualquer
Como se os amigos tivessem ido
E os filhos já fossem grandes
Existem dias que desejo apenas
Um colo de mãe
Ou um abraço de pai
Dias em que a cólera do oceano
E a fúria de um céu cor de chumbo
Me levam para dentro de casa
Ou para dentro de mim mesmo
Existem dias que eu sinto saudade
De um tempo que ainda não veio
E antecipo as lágrimas
Desse dia que vai chegar
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Toquinhos, Vinícius e o fim de uma era
Comprei por estes dias o DVD "Toquinho no Mundo da Criança". Foi um presente para meu filho que ainda não completou três anos. Assim vou curtindo os últimos momentos de sua infância inocente ainda sem a brutalidade dos games. Neste quadrande da história, todo pai realista sabe que algum monstrão do Transformers vai capturar sua cria e levá-la para o mundo paralelo.
Sobre o DVD de Toquinho surgem sensações antigas. A forte carga emocional que canções como "Aquarela" e "O Caderno" trazem para quase quarentões como eu, fala um pouco sobre o que era ser criança nos fim dos anos 1970 e início dos 1980. Eram aqueles os últimos suspiros de uma época. E nem adianta brigar com o destino. Ele veio e nós assinamos, como bem disse o poeta Leminsky.
Toquinho ainda vive, mas seu tempo desapareceu. Vinícius se foi antes de assistir ao fim de Dona Suavidade e sua irmã Delicadeza.
E hoje, Toquinho é nome de lutador do MMA....
Sobre o DVD de Toquinho surgem sensações antigas. A forte carga emocional que canções como "Aquarela" e "O Caderno" trazem para quase quarentões como eu, fala um pouco sobre o que era ser criança nos fim dos anos 1970 e início dos 1980. Eram aqueles os últimos suspiros de uma época. E nem adianta brigar com o destino. Ele veio e nós assinamos, como bem disse o poeta Leminsky.
Toquinho ainda vive, mas seu tempo desapareceu. Vinícius se foi antes de assistir ao fim de Dona Suavidade e sua irmã Delicadeza.
E hoje, Toquinho é nome de lutador do MMA....
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Mulheres, músculos e inversão de papéis
Você gosta de mulher bombada? Ou musculosa demais? Vai aí uma dica.
As mulheres se diferenciam/diferenciavam pela delicadeza, feminilidade, doçura.
O poder das mulheres habitava um campo desconhecido e misterioso para os homens.
O poder sem espada, revólver ou musculatura avantajada. O poder que submete usando a força do outro.
O que assistimos hoje é uma regressão tosca que leva as mulheres sob o signo de uma nova estética a buscarem na academia o lar perdido, transformando o que o era sutil em grosseira imitação de primatas inferiores, nós homens. Elas tem orgulho em exibir corpos de amazona e modos de caminhoneiro. Outros cavaleiros ainda maiores que elas dão apoio e acham bonito.
Estes que gostam muito de mulher musculosa, cuidado.
Qualquer dia nasce um pinto no meio das pernas dela.
As mulheres se diferenciam/diferenciavam pela delicadeza, feminilidade, doçura.
O poder das mulheres habitava um campo desconhecido e misterioso para os homens.
O poder sem espada, revólver ou musculatura avantajada. O poder que submete usando a força do outro.
O que assistimos hoje é uma regressão tosca que leva as mulheres sob o signo de uma nova estética a buscarem na academia o lar perdido, transformando o que o era sutil em grosseira imitação de primatas inferiores, nós homens. Elas tem orgulho em exibir corpos de amazona e modos de caminhoneiro. Outros cavaleiros ainda maiores que elas dão apoio e acham bonito.
Estes que gostam muito de mulher musculosa, cuidado.
Qualquer dia nasce um pinto no meio das pernas dela.
Refundação
A postagem inaugural do “Calça” nos remete a 2007. As bases daquele documento/ manifesto/ crônica de bar continuam as mesmas. Felizmente , o próprio programa televisivo que inspirou o nascimento deste blog mudou de ares. Hoje, o “Saia Justa” do GNT mistura bananas e pererecas no estúdio. O negócio ficou mais legal por lá, sem dúvida. Não conheço pessoalmente, mas considero Xico Sá um grande cara. Nem chamo ele de jornalista porque isto poderia diminuir sua estatura. Ele é um cronista livre de um cotidiano amalucado, deste MMA erótico /sentimental que travam machos e fêmeas na pós-modernidade. Parceiros amorosos foram substituídos por “guerreiros” e “guerreiras”. Eles estão literalmente “se pegando”
A Saia Justa é o veículo do "mainstream”, do "status quo", da civilidade maquiada que tanto necessita nossos meios de comunicação . Cumpre bem este papel . Já o “Calça Larga” é a mídia lado B que não pretende nem agradar, nem esconder, nem atrair patrocinadores. Somente a internet permitiria esta manifestação livre e desinteressada. A refundação não refunda coisa nenhuma. Apenas repisa um solo tocado por nossos ancestrais e que agora é pisoteado pelos orangotangos digitais que somos nós. Nossa tese é a seguinte: continuamos os mesmos. E citando Nélson Rodrigues, lembro de uma frase que dizia mais ou menos assim: somos humanos depois dos instintos e às vezes contra os instintos. Nosso processo de diferenciação enquanto raça realmente humana ainda vai tomar alguns milênios. E isto não vai ser nem os estudos do cérebro e nem a tecnologia que vai nos proporcionar. Matem esta charada. Tem muito idiota por aí achando que vão encontrar vícios e virtudes em pedaços de miolos da nossa cabeça. Tem muito imbecil achando que tecnologia é o fim da busca pelo Santo Graal.
Enquanto isso macacada, continuemos manejando nossos cachos de banana.
A Saia Justa é o veículo do "mainstream”, do "status quo", da civilidade maquiada que tanto necessita nossos meios de comunicação . Cumpre bem este papel . Já o “Calça Larga” é a mídia lado B que não pretende nem agradar, nem esconder, nem atrair patrocinadores. Somente a internet permitiria esta manifestação livre e desinteressada. A refundação não refunda coisa nenhuma. Apenas repisa um solo tocado por nossos ancestrais e que agora é pisoteado pelos orangotangos digitais que somos nós. Nossa tese é a seguinte: continuamos os mesmos. E citando Nélson Rodrigues, lembro de uma frase que dizia mais ou menos assim: somos humanos depois dos instintos e às vezes contra os instintos. Nosso processo de diferenciação enquanto raça realmente humana ainda vai tomar alguns milênios. E isto não vai ser nem os estudos do cérebro e nem a tecnologia que vai nos proporcionar. Matem esta charada. Tem muito idiota por aí achando que vão encontrar vícios e virtudes em pedaços de miolos da nossa cabeça. Tem muito imbecil achando que tecnologia é o fim da busca pelo Santo Graal.
Enquanto isso macacada, continuemos manejando nossos cachos de banana.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
O ídolo sem retoques
Certa atriz global, na casa dos 60 e muitos, surgiu exuberante em uma revista de celebridades. Suas curvas eram absolutamente perfeitas. Isto foi em 2009 ou 2010, não importa. Caso você não lembre, era mesmo para esquecer. Porque ninguém merece a jequice e imaturidade de um ser humano vaidoso que acredita na bunda de photoshop como último patrimônio em vida. Esta figura, cujo nome não será citado, é o anticristo do "Calça Larga". Vamos agora ao reverso da moeda.
A produção cinematográfica de Clint Eastwood nos últimos dez anos dispensa comentários. Citando apenas "Menina de Ouro", Além da Vida" e ao que parece "J. Edgard", estamos diante de um monstro criativo na casa dos 80 anos! Tenho acompanhado a últimas entrevistas dele e quedo-me impressionado. Contrapondo-se a glorificação da juventude ele agradece o fato de envelhecer. Segundo Clint, estes tem sido os melhores anos de sua vida. Quando jovem, era atormentado pela mania de perfeição e por uma auto cobrança excessiva e incessante. Soube amadurecer. Para coroar toda a magnitude deste exemplar de uma espécie em extinção temos a "foto". Estampar a capa de uma revista francesa sem retoques digitais é o auge de uma existência honesta. Esta imagem revela um homem por inteiro. Salve Clint!
A produção cinematográfica de Clint Eastwood nos últimos dez anos dispensa comentários. Citando apenas "Menina de Ouro", Além da Vida" e ao que parece "J. Edgard", estamos diante de um monstro criativo na casa dos 80 anos! Tenho acompanhado a últimas entrevistas dele e quedo-me impressionado. Contrapondo-se a glorificação da juventude ele agradece o fato de envelhecer. Segundo Clint, estes tem sido os melhores anos de sua vida. Quando jovem, era atormentado pela mania de perfeição e por uma auto cobrança excessiva e incessante. Soube amadurecer. Para coroar toda a magnitude deste exemplar de uma espécie em extinção temos a "foto". Estampar a capa de uma revista francesa sem retoques digitais é o auge de uma existência honesta. Esta imagem revela um homem por inteiro. Salve Clint!
Big Brother nos fala sobre este tempo miserável
Não percam o início deste zoológico humano chamado Big Brother. Este programa nos fala profundamente sobre nossa época. No pior sentido. Toda aquela conversa fiada de "laboratório do comportamento humano" vem se diluindo para confirmamos a tese do "body business". É exatamente isto: um mercado de corpos.
Percebam as caras e bocas das mocinhas na "carreata" rumo a casa. O recrutamento de fortões e boazudas chegou ao paroxismo nesta edição. Para salpicar uma polêmica e sendo usados como anões de circo, gays, lésbicas, trans... Este programa é de uma baixeza colossal tendo como verniz a "cultura" de um ex-jornalista convertido ao ramo do entretenimento. Ele procura embalar toda esta miséria midiática com toques de "literatice" para nos servir um prato indigesto. A qualidade da imagem pode ser melhor mas o Big Brother não fica devendo em nada àquelas brigas forjadas entre casais nos piores momentos de SBT, Record e Cia. Aproveitem!
Percebam as caras e bocas das mocinhas na "carreata" rumo a casa. O recrutamento de fortões e boazudas chegou ao paroxismo nesta edição. Para salpicar uma polêmica e sendo usados como anões de circo, gays, lésbicas, trans... Este programa é de uma baixeza colossal tendo como verniz a "cultura" de um ex-jornalista convertido ao ramo do entretenimento. Ele procura embalar toda esta miséria midiática com toques de "literatice" para nos servir um prato indigesto. A qualidade da imagem pode ser melhor mas o Big Brother não fica devendo em nada àquelas brigas forjadas entre casais nos piores momentos de SBT, Record e Cia. Aproveitem!
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Manifesto 2012 - based on Waking Life
Em 2012 o homem continua sua escalada animal. Trepamos em árvores, devoramos presas, acendemos fogo com pedra, matamos nossos iguais. Mas tudo isso é coisa do passado. Evoluimos. Violência agora é negócio virtual e tecnológico. O mundo agora é cheio de rasa profundidade. Estamos mais práticos também. Letra de música não pode ultrapassar o tamanho de uma frase: ouçam o próximo hit de Michel Tellósofico. Estamos cercados de inteligência artificial por todos os lados. Ela chega a boiar em forma de ilhas de plástico nos confins do Pacifico Norte e próximo das Ilhas Maldivas no Oceano Índico. Tubarões tigres cruzam com espécie semelhante e criam híbrido para sobreviver às mudanças climáticas na Áustrália. Câncer ataca em massa líderes latino-americanos. Só pode ser complô da CIA. Esse mundo é um cão dos diabos. Continuemos invocando o macaco que existe em todos nós. Afinal, evoluímos, não acham?!!
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